A edição deste mês traz na capa a chamada para a matéria intitulada “Entertainment Reimagined”, sobre a nova tendência de como se contar histórias e engajar a audiência chamada ‘Transmedia’. Funciona assim: a história começa a ser contada em uma mídia (como TV) e é complementada de diversas formas em outras mídias (como Internet, HQ ou até mesmo telefone), de forma que a complementação enriquece muito o acompanhamento e até mesmo facilita o entendimento de alguns detalhes da história na mídia principal. Um seriado que fez uso constante da transmedia foi o Heroes, onde a audiência podia acessar websites de empresas fictícias da série e obter explicações sobre acontecimentos que desenrolavam na tela. Também foram lançadas algumas graphic novels com histórias paralelas, mas ligadas à trama principal. E os fãs também puderam votar na elaboração de um personagem original que apareceu de fato na história. E muitas outras coisas mais.
Outro exemplo genial de transmedia storytelling é o filme ‘Head Trauma’. Na entrada do cinema, o público recebe uma HQ que sutilmente sugere a visita a um website. No começo do filme, é pedido que as pessoas enviem uma mensagem de texto para um número, e na saída do cinema todos os telefones públicos estarão tocando ao mesmo tempo. Após o filme, as pessoas são engajadas com a história através do website e também do celular. Incrível!
A revista também traz outras matérias sobre saúde pública e tecnologia, como o sistema de coleta de lixo através de túneis de vento subterrâneos que está sendo instalado em Montreal, mas que já existe na Suécia (pasmem) há mais de 30 anos. O mictório que funciona sem água e economiza milhões de dólares em recursos naturais (água e energia), e a luta de seus idealizadores contra a associação dos encanadores e a preconceitos enganosos; e também mostra a enormidade da tarefa que os peritos em Sarajevo, Bósnia, têm de identificar os restos mortais das mais de 8100 vítimas do massacre racial perpetrado há 15 anos atrás, tudo através de análise de coletas de DNA. Tal tarefa possibilitou a essa equipe desenvolver tamanha expertise na área que já receberam pedidos de auxílio de praticamente o mundo todo na identificação de corpos.
Por fim destaco a matéria ‘Sergei’s Search’, que fala sobre como Sergei Brin, co-fundador do Google, decidiu contribuir para a pesquisa sobre o mal de Parkinson. Vendia sua tia e sua mãe sofrerem com a doença, ele fez um exame de seu DNA e descobriu que possui 50% de chances de desenvolvê-la também – o normal seriam 11%. Assim, alterou seu estilo de vida, incluindo atividades físicas e cafeína, e destinou $50 milhões à pesquisa sobre Parkinson. Nesse último ponto, o que mais o surpreendeu foi o quão pouco a ciência é capaz de entender este mal, e quanto o tradicional método científico é demorado na obtenção de resultados.
Assim, pela sua experiência no desenvolvimento do Google e também através da empresa de genética-pessoal 23andMe, pertencente à sua esposa, ele propõe um novo método de pesquisa capaz de reduzir um experimento que requer 6 anos de pesquisa para apenas 8 meses, obtendo praticamente os mesmo resultados. É mais um passo do Google na sua auto-imposta missão de organizar a informação do mundo.
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