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sexta-feira, 21 de maio de 2010

WIRED 06.10


Esta edição de Wired traz uma capa bastante inovadora que foi citada até mesmo na Campaign da semana passada. Como forma de promover a principal matéria deste mês a respeito dos sites de micro-empréstimo de dinheiro peer-to-peer Kiva e Zopa, eles celebram a honestidade e confiança no público com o que chamam de ‘the great trust experiment’, e cobriram algumas das chamadas da capa com aquela mesma cera das raspadinhas, e esperam que os leitores não raspem a capa para checar o que está escrito por debaixo, confiando na reputação da revista como atestado de qualidade.

A matéria, intitulada ‘The trust economy’ explica como esses dois sites de micro-empréstimos estão movimentando dezenas de milhões de dólares por ano, e principalmente, ajudando pessoas em diversos lugares do mundo a financiar algum tipo de pequeno negócio. Basicamente a coisa funciona assim: um voluntário a financiador publica no site quanto dinheiro está disponibilizando para empréstimo e a que taxa de juros. Do mesmo modo, quem precisa de dinheiro se cadastra no site e publica quanto dinheiro precisa e para quê. O site tem um sistema próprio de checagem da veracidade das informações e do nível de risco envolvido no processo, mas o incrível é que em pouco menos de cinco anos de existência o Kiva possui uma taxa de 98,46% de retorno do dinheiro emprestado. Eu já tinha lido sobre sites assim no livro ‘365 Ways to Change the World’ de Michael Norton, onde ele encoraja o uso desse sistema como forma de ajudar o desenvolvimento de comunidades em países subdesenvolvidos.

Outra matéria surpreendente nesta edição é a chamada ‘Jailbroken: How Brazil’s gangs run na empire from inside the world’s most conected prisons’, e explica como o crime organizado em São Paulo se estruturou de maneira a ponto de comandar toda a sua máfia de dentro dos presídios. Reportagem com direito a fotografias de Sebastião Salgado, explica alguns métodos que os detentos utilizam para trazer os telefones para dentro da cadeia, a corrupção na polícia paulistana, o surgimento do PCC como grupo organizado (ou como um sindicato dos presos, como o artigo diz) e cita o trágico evento ocorrido em 2006 quando durante três dias a cidade de São Paulo ficou a mercê da ação dos bandidos, que incendiaram ônibus e mataram mais de 40 pessoas em sua maioria policiais. De acordo com a revista, o PCC talvez seja a máfia que mais utiliza e mais depende de tecnologia no mundo.

A terceira reportagem de destaque chama-se ‘Teen América Digital Patriots’ e fala a respeito do novo projeto do departamento de defesa americano em identificar e recrutar jovens adolescentes (por volta dos 16 anos de idade) para ‘guerrear’ no mundo digital. Explica como a USAF criou uma competição chamada ‘US Cyber Challenge’ onde os jovens se dividem em grupos e o objetivo é defender uma rede de sistemas de vários ataques virtuais por um período de oito horas consecutivas e intensas. Eles acreditam na importância que a segurança digital terá em alguns anos e estão se antecipando a isso. Tais competições já ocorrem na China há pelo menos 20 anos, e os recentes ataques ao Google naquele país deixaram os especialistas atentos e alerta para os perigos que esse novo tipo de guerra pode representar.

Por fim, em um infográfico de duas páginas intitulada ‘The World Cup predicted’ eles explicam a teoria de Kuper e Szymanski que afirmam terem elaborado uma fórmula para predizer o campeão da Copa do Mundo utilizando dados como o PIB, população e experiência no esporte. Aplicando a fórmula em todas as Copas até então, acertaram o campeão em 72% das vezes. E de acordo com os cálculos, adivinha quem será o campeão deste ano...? Precisa mesmo dizer?

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