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terça-feira, 22 de março de 2011

A CONQUISTA DO ESPAÇO


Em ‘Pale blue dot’, o renomado astrônomo e autor Carl Sagan explica o quão fundamental é a exploração do espaço e seus mundos para a sobrevivência da raça humana e longo prazo. Com extrema simplicidade e brilhantismo, ele nos guia através de uma viagem cósmica totalmente viciante e inspiradora.

Analogia Cósmica
Sagan apresenta uma breve síntese do que conhecemos sobre o cosmo, a via láctea, as estrelas, e os vários mundos dispersos no espaço, usando o próprio planeta Terra como base para comparação com outros planetas tipo Vênus, Marte, Júpter e Saturno.

Com isso ele demonstra a importância da pesquisa espacial como forma de entender o que acontece em planetas com a atmosfera diferente da nossa, e também prever como a ação do homem provocará mudanças no nosso próprio mundo, através da queima de constante de combustíveis fósseis, o uso acentuado de CFC no passado recente, e o uso de agrotóxicos na terra.

Também destaca os perigos que asteróides e cometas representam se deixados ao acaso. Recorda do choque ocorrido há bilhões de anos que gerou a nossa lua, o outro que extinguiu os dinossauros, e outro ainda mais recente testemunhado no Planeta Jupiter, que deixou uma cratera de tamanho equivalente a Terra.

A vida no espaço – humana e alienígena
Sagan utiliza boa parte da obra especulando como será a imigração humana para o espaço – o que será inevitável, já que os próprios recursos naturais do nosso planeta são finitos e a longo prazo, dentro de alguns bilhões de anos, o nosso sol entrará em Supernova e transformará-se num gigante vermelho, forçando-nos a deixar não somente a Terra mas também o nosso sistema solar.

Baseado na idade do universo (15 bilhões de anos) e na quantidade de estrelas existentes (300 trilhões) cada uma provavelmente com seu próprio sistema de planetas, Sagan afirma que as chances de haver vida inteligente em algum outro lugar são bastante reais, e explica o que vem sendo feito até o momento para se tentar a comunicação com eles.

Seu trabalho é absolutamente credenciado por fatos e pesquisas amplamente publicadas, e ele é bastante honesto quanto as incertezas e as falhas da pesquisa espacial. Mesmo assim, Sagan faz um esforço para afastar-se de qualquer influência religiosa ou ideológica nas quais muitos de seus críticos se baseiam.

Citações de destaque
· “If, at so early stage in our technological evolutional, we have been able to go so far in creating intelligence out of silicon and metal, what will be possible in the following decades and centuries? What happens when smart machines are able to manufacture smarter machines?”

· “When we first venture to a near-Earth asteroid, we will have entered a habitat that may engage our species forever. The first voyage of men and women to mars is the key step in transforming us into a multiplanet species. These events are momentous as the colonization of the land by amphibian ancestors and the descent from trees by our primate ancestors.

Considerações finais
Em suas pouco mais de 400 páginas, “Pale blue dot” prendeu minha atenção do início ao fim. Repleto de lindas imagens, reais ou visualizações, e o agradável estilo literário de Carl Sagan, fazem deste livro um verdadeiro alimento para o espírito, nos deixando invariavelmente mais otimistas em relação ao futuro da nossa espécie.

quarta-feira, 2 de março de 2011

COBRINDO-SE IDEIAS

Em “Six thinking hats” Edward de Bono apresenta a técnica de mesmo nome que promete maximizar a eficênica de reuniões e sessões de brainstorming, reduzindo o tempo investido, eliminando discussões infrutíferas e direcionando o foco de todos os envolvidos na produção de novas idéias e soluções para os desafios do dia-a-dia.


Idéia central e argumentos

Em sua aclamada e vendedora de milhões de cópias ao redor do mundo, de Bono nos apresenta a técnica dos seis chapéus e também o conceito de pensamento paralelo, criados com o propósito de simplificar o raciocínio por permitir que o pensandor trabalhe com um aspecto psicológico de cada vez.

Cada um dos chapéus tem uma cor e um significado diferente. Eles representam o ângulo ou ponto de vista que deverá ser utilizado em determinado momento na abordagem do problema em questão. O termo “chapéu” foi escolhido por ser de fácil visualização o ato de retirar um chapéu e colocar outro, assumindo cda vez um diferente modo de pensar.

O livro é dividido em 43 capítulos e também em seis grandes divisões, uma para cada chapéu. O chapéu branco é usado para fatos e dados brutos; o vermelho para sentimentos e intuição; o preto para problemas e ameaças; o amarelo para pensamento construtivo; o verde para criatividade e o azul para controle e direção.


Exemplos e estudos de caso

Ao longo da leitura o autor mostra exemplos de várias situações comumente encontradas em reuniões e processos de tomada de decisão, e como a aplicação da técnica facilita o fluxo de idéias e estimula a expressão individual através da impessoalidade do “uso” alternado dos chapéus.

A utilização desta técnica promove a aplicação de outro conceito criado por de Bono, chamado pensamento paralelo. Consiste em mostrar todos os ângulos de um problema/assunto aos participantes, e estes discutirão o assunto um “lado” de por vez, utilizando todos os chapéus. Assim o problema é “quebrado” em segmentos menores e específicos, permitindo a organização do uso das diferentes facetas da mente.

De acordo com o autor, a técnica dos seis chapéus é utilizada em várias empresas ao redor do mundo, incluindo IBM, NASA, Shell, Fedex e outras, além de governos, órgãos oficiais e diversas instituições. Segundo de Bono, este método pode ser a mais importante mudança no pensamento humano ocorrida nos últimos 2300 anos.


Pontos de destaque

Tendo ouvido falar do método anteriormente mas desconhecendo-o completamente até então, me surpreendeu o fato de ser tão simples e de apresentar um potencial tão grande ao mesmo tempo. Quem já participou de uma reunião em grupo, seja no trabalho, na faculdade ou em família, sabe o quanto é fácil se perder dos objetivos iniciais e se envolver em discussões completamente alheias ao foco do problema. Recomendo bastante a leitura do livro e também a aplicação prática da técnica.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

GUIANDO A MENTE

“The mind map book” do aclamado autor Tony Buzan ensina como direcionar todo o poder da mente para melhorar o aprendizado, intensificar a criatividade, turbinar a memória e organizar informações através da técnica de produção de mapas mentais, que de acordo com o autor poderá transformar a sua vida.

Idéia central e argumentos

O autor se propõe a apresentar a técnica de ‘mapeamento mental’ (mind mapping) e também o conceito de ‘raciocínio radiante’ (radiant thinking) que foram criados com o propósito de “controlar a natureza e o desenvolvimento dos processos de pensamento” e mostrarque “a habilidade depensamento criativo é teoricamente infinita”.

O livro é estruturado em seis divisões: arquitetura natural, fundações, estrutura, síntese, usos e anexos. As três primeiras divisões explicam o funcionamento do cérebro humano, as habilidades dos hemisférios esquerdo e direito, e as recomendações de como melhor construir um mapa mental. As trêsúltimas divisões explicam quais tarefas mentais podem ser otimizadas, além de vários exemplos de situações em que os mapas podem ser aplicados.

Embora mantenha sempre uma linguagem acessível e apresente casos e exemplos de simples compreensão, os autores alongam-se demais para chegar ao ponto principal, que é justamente a aplicação prática do conceito, o que pode fazer diminuir o interesse pela leitura.


Exemplos e estudos de caso

O livro traz em seu miolo algumas páginas coloridas com vários exemplos de mapas mentais feitos por diversas pessoas e com os mais variados objetivos. Podemos observar mapas para tomada de decisões, estudo para provas e exames, explicação de temas mais detalhados, processos criativos, e também para o ensino, destacando o mapa mental de aproximadamente oito metros de extensão feito pela Boeing para ensinar um novo processo a um grupo de engenheiros.

De acordo com os autores, mapas mentais podem e devem ser utilizados para ajudar na memorização de assuntos complexos ou detalhados, na estimulação da criatividade e na facilitação do aprendizado. Por envolver o raciocínio através da escrita, do poder de associação entre palavras e significados e também a visualização de ícones relacionados, o mapa mental proporciona a melhora na retenção de informações na melhora, além de ser um arquivo impresso sobre determinado assunto que pode ser resgatado e estudado a qualquer momento.


Pontos de destaque

Embora o assunto seja muito interessante e de grande relevância, achei a leitura mais extensa do que poderia ser, além de um pouco falha na estrutura de organização e um tanto irritante na insistência com que o livro se auto promove. Mas talvez deva ser porque o autor é mais um estudioso da mente do que um escritor, problema parecido com o dos livros sobre pensamento lateral de Edward de Bono. Mas o mapeamento mental é uma técnica que vou começar a pôr em prática e testá-la eu mesmo, e com certeza farei pelo menos mais uma releitura deste livro ou de algum outro relacionado ao tema.

domingo, 30 de janeiro de 2011

TRATAMENTO DE CHOQUE

Lançada há quinze anos, a excelente obra DISRUPTION apresentava ao mundo do marketing uma poderosa metodologia estratégica para a produção de idéias radicalmente inovadoras que redirecionam e renovam a imagem de uma marca. Escrito pelo francês Jean-Marie Dru, fundador do grupo BDDP, Disruption tornou-se um clássico da literatura publicitária.


Idéia central e argumentos

Uma boa idéia pode lançar uma marca ao estrelato. Um poderosa idéia pode mudar as regras do mercado. A história da publicidade é contada através dessas poderosas idéias e seus autores, alguns deles considerados os maiores gênios da profissão. No entanto, a complexidade da concorrência atual juntamente com a mudança de atitude do consumidor em relação à publicidade, tornaram a aparição dessas idéias algo muito raro. Buscando uma forma de garantir que a produção de idéias brilhantes não seja relegada ao acaso, o grupo BDDP desenvolveu o método de planejamento de comunicação chamado Disruption.

O método consiste em um processo formado por três passos básicos: Convenção, Disrupção e Visão. Na Convenção é feita uma análise visando identificar os principais problemas enfrentados pela marca. No estágio da Disrupção é elaborada uma idéia radicalmente inovadora. A Visão refere-se ao objetivo final a ser alcançado pela disrupção.


Exemplos e estudos de caso

Embora descreva a estrutura de um processo a aser aplicado no estágio de planejamento, o livro não pretende se apresentar como um manual a ser seguido a risca. Todos os estágios do processo são explicados através de extensa utilização de exemplos reais de camapanhas que atingiram grande sucesso e mudaram as concepções das pessoas.

Ao fim do livro o autor lista em quatro páginas o nome de todas as campanhas citadas ao longo da obra, mas o fato é que algumas delas são citadas muito mais vezes do que o restante. É o caso da Levi’s, Apple, Brittish Airways, Virgin, McDonalds e mais algumas que foram selecionadas para demonstrar a utilização de mais de uma das etapas da metodologia e provam os resultados positivos que podem obtidos.

Embora tenha sido escrito de modo a descrever o processo Disruption, o autor se utiliza em demasiado de execuções específicas e acredito que o conteúdo seria mais rico se esses casos fossem expostos ao lado de descrições mais detalhadas do processo ao invés de substituirem tal explicação.


Pontos de destaque

Algumas das descobertas do livro podem parecer lugar-comum hoje em dia, como as afirmações de que o aspecto emocional da marca é mais poderoso do que suas qualidades físicas, ou que o mundodigital exige um relacionamento pessoal e individual com cada um dos clientes, mas são justamente essas colocações que fizeram desta obra um clássico e obrigam a todos os planners a sua leitura.

domingo, 23 de janeiro de 2011

CAPITALISMO SELVAGEM

Em “No logo” a autora Naomi Klein traz um extensor estudo sobre o impacto do modelo de producão e venda adotado pelas grandes empresas multinacionais e como elas se aproveitam da abertura provocada pela globalizacão exercer sua poderosa pressão econômica na exploracão de vantagens comerciais e trabalhistas em mercados menos desenvolvidos.


Idéia central e argumentos

A motivacão da autora é nitidamente manifestar uma pesada crítica ao chamado “big business” – imensas companhias multinacionais que varrem o planeta a procura de um lugar onde possam terceirizar sua producão a um custo mínimo e outro onde possam vender seus produtos e divulgar suas marcas ao máximo. Dividido em quatro partes – No space, no choice, no gols e no logo, Klein descreve com riqueza detalhes como a propaganda se apoderou de todos os espacos possíveis, desde a mídia até as ruas, prédios e pracas públicas, para vender uma imagem quase sempre contraditória a realidade. Explica como essas companhias pressionam as outras menores de modo a liquidar qualquer concorrência e como a transicão dos empregos de manufaturados dos países desenvolvidos para a os subdesenvolvidos representa uma grande piora na vida das pessoas, independente do país de onde elas vieram.


Exemplos e estudo de caso

A obra dá especial ênfase ao caso da exploracão do trabalho nas EPZ (export processing zones) onde milhares de pessoas em sua extensa maioria jovens mulheres trabalham em turnos de até 16 horas, recebendo menos do que 10 centavos de dólares por hora nas chamadas sweatshops, fábricas sem as mínimas condições de seguranca e conforto. Segundo a autora, é impossível dizer quais são as marcas “sweatshop free”, já que quase todas elas, principalmente as da indústria da moda, mas também da eletrônica e até da indústria alimentar, fabricam seus produtos em países desenvolvidos.

No capítulo dezesseis, Klein faz uma análise de episódios ocorridos com três marcas: Nike, Shell e Mcdonalds, e detalha as práticas contratuais que essas empresas forcam nos países em que atuam, e como elas se negam a assumir a responsabilidade pelas consequências que as populações locais sofrem, argumentando que não têm controle sobre as companhias, que são contratadas para terceirizar suas produções.


Pontos de destaque

O livro mostra o trabalho de diversos grupos ao redor do mundo que lutam por causas sociais e traca um paralelo sobre acões descentralizadas e muitas vezes até com objetivos diversos, mas que acabam mudando a percepção das pessoas e pode forcar a mudança de comportamento das empresas.